domingo, 25 de julho de 2010

Sargento que liberou jovem após atropelamento se apresenta para prisão administrativa

COTIDIANO

O sargento da Polícia Militar Marcelo Leal de Souza Martins, que liberou o jovem que atropelou Rafael Mascarenhas na zona sul do Rio na terça-feira (20), se apresentou na manhã deste domingo ao 23º Batalhão da PM (Leblon).

Ele e o cabo Marcelo Bigon são acusados de cobrar propina de Roberto Bussamra, pai de Rafael Bussamra, motorista que confessou ter atropelado Mascarenhas --que é filho da atriz Cissa Guimarães.

Ambos tiveram a prisão administrativa decretada na última sexta-feira (23) pelo comandante-geral da PM do Rio, coronel Mário Sérgio Duarte. O cabo também está detido no mesmo batalhão, ele se apresentou no sábado (24).

A assessoria da PM informou que o comando da Corregedoria Interna da corporação vai se reunir na segunda-feira (26) com a Justiça Militar e o Ministério Público para solicitar a prisão preventiva dos dois militares.

A prisão administrativa tem prazo de 72 horas a partir da apresentação do policial à unidade.

Em nota, a polícia também informou que, mesmo que a prisão preventiva não seja decretada na segunda-feira, os dois militares não retornarão para o serviço de rua.

Após a prisão de 72 horas e a apresentação da defesa, o comandate-geral da PM do Rio, coronel Mário Sérgio Duarte, "deverá optar pela prisão de 30 dias a fim de garantir o andamento do inquérito policial militar", informou a polícia.

Em depoimento na 15ª DP (Gávea) na sexta-feira (23), o empresário Roberto Bussamra disse que os policiais que liberaram o Siena de seu filho pediram R$ 10 mil de propina e combinaram de receber o dinheiro no dia seguinte, na praça Mauá, centro do Rio. O empresário acompanhou o filho no momento do pagamento, já pela manhã de quarta-feira (21), mas recebeu uma ligação da mulher informando que a vítima era filho da atriz Cissa Guimarães e estava morto. Segundo o depoimento, ele passou mal com a notícia e os policiais deixaram o local com R$ 1.000.

Na madrugada de ontem, o juiz de plantão no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Alberto Fraga, negou o pedido de prisão preventiva dos dois policiais militares feito pela Corregedoria da Polícia Militar na sexta-feira. Ele alegou que "os documentos revelam indícios suficientes de autoria", mas não "são bastante para embasar a custódia cautelar".



FONTE:1.folha.uol.com.br/cotidiano/772353

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