terça-feira, 17 de agosto de 2010

Maior potência da natação, EUA encaram avalanche de denúncias de pedofilia

Deena Schmidt demorou muitos anos para criar coragem e quebrar o silêncio.
Campeã olímpica em 1972, apenas agora ela reuniu forças para revelar ter sido molestada sexualmente por seu treinador quando era nadadora, na década de 60.

Um desabafo que atraiu ainda mais holofotes para um escândalo que atinge desde o início do ano os EUA, maior potência da natação e palco do Pan Pacífico, principal competição desta temporada, que começa amanhã.

Deena é um exemplo na elite do esporte. Mas em todos os níveis, dos mais simples aos mais badalados clubes do país, os EUA encaram uma avalanche de denúncias de abuso sexual de crianças e adolescentes nas piscinas.

Pelo menos 46 técnicos norte-americanos já foram banidos do esporte. Segundo a agência de notícias Associated Press, a federação que rege a natação dos EUA tem uma segunda lista com nomes "marcados", suspeitos de mau comportamento.

A federação já anunciou que fará mudanças em seu Código de Conduta e votará no mês que vem novas regras para guiar a relação entre técnicos e atletas e para definir como tratar as denúncias.

A entidade é acusada por nadadores de fazer vistas grossas a suspeitas envolvendo seus treinadores. Pressionada, viu-se obrigada a tornar pública uma discussão que antes não saía das salas dos cartolas do esporte.

Deena Schmidt, por exemplo, afirmou ter contado aos dirigentes sobre o abuso. Segundo ela, seus apelos foram ignorados, e o treinador, mais tarde, foi para o Hall da Fama da natação dos EUA.

A instituição está sendo processada por pelo menos três nadadores por negligência em casos semelhantes.

Em resposta a denúncias como a de Deena e a processos judiciais que enfrenta por causa de supostos abusos cometidos por treinadores que integram seus quadros, a federação afirmou planejar tomar medidas drásticas.

Fonte: Folha de São Paulo

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