quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Não estou habituado a ceder a chantagem, diz Alencar sobre processo de paternidade

O vice-presidência da República, José Alencar, falou na madrugada desta quarta-feira sobre a ação de paternidade que determinou que ele reconheça como filha a professora aposentada Rosemary de Morais, 55.

Alencar afirmou que não há indícios de que ele tenha estado com a mãe de Morais. "Não há uma pessoa que tenha me visto com essa mulher", disse em entrevista ao "Programa do Jô". Porém, contou que, na época, "a rapaziada frequentava a zona boêmia da cidade".

"Como os próprios tribunais dizem, tem de haver indícios. Se não, amanhã, todo mundo que foi à zona um dia pode ser [submetido a exame de DNA]", afirmou. "São milhões de casos de pessoas que foram à zona. Só que, provavelmente, a maioria desses casos não tenham sido objeto de interesse claro, político e econômico. Agora, só pelo fato de ter sido [vice-presidente da República], eu vou me submeter a um exame de DNA?", completou.

Alencar disse que não irá fazer o exame de DNA. Esse mesmo fato resultou na alegação de presunção de paternidade no processo em que Alencar foi declarado pai de Morais.

O motivo apontado por Alencar para recusar fazer o teste é que ele não cederá à chantagem. "Porque amanhã vai chegar todo mundo dizendo que você tem de fazer isso, fazer aquilo, como uma chantagem qualquer. E eu não estou habituado a ceder a chantagem".

Na entrevista, Alencar insinuou que a história contada por Morais não existe. "Eles fizeram uma joint venture [associação de empresas]. E com essa joint ventures, eles contrataram ficcionistas admiráveis, que fizeram um troço que tiraram não sei de onde", disse.

A professora alega ser fruto de um romance entre o vice-presidente e uma enfermeira, em 1954, quando ambos moravam em Caratinga.

Segundo Alencar, sua esposa foi sua única namorada, mas ele classifica como namoradinhas algumas moças com quem dançava em bailes durante a juventude. E nega que uma "moça pobre", como a mãe da professora, pudesse ter ido a um desses bailes.

Folha de São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário