quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Carceragem da Polinter em Queimados era controlada por presos, constata MP


O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro descobriu hoje (4) que a carceragem da Polinter em Queimados, na Baixada Fluminense, era administrada pelos próprios presos. Os promotores foram ao local com agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) verificar denúncias de que os policiais civis responsáveis pela Polinter em Queimados estariam recebendo dinheiro dos presos.
Na carceragem, há cerca de 150 homens presos que aguardam julgamento.
Na visita, os promotores e os agentes constataram que os detentos tinham as chaves da carceragem, faziam revista nos visitantes e tomavam conta da portaria organizando a entrada e saída de pessoas no local.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou que a corregedoria combate essas ações. Segundo ele, é preciso fazer um trabalho preventivo para que não ocorra esse tipo de situação. “O combate a essas situações é eficiente, mas temos que ser proativos. Devemos prevenir e não combater só depois que acontece, mostrando para a sociedade não a capacidade de reagir, mas de antecipar.
Segundo o promotor Jorge Magno, que participou da operação, os presos é que faziam a administração da carceragem. “Havia os prisioneiros que estavam na cela e os que ficavam circulando, os chamados presos de confiança. Eles que faziam os contatos com os outros presos e também realizavam a entrega de comida e roupas, transmitiram recados e controlavam as visitas. Resumindo, a administração da carceragem era feita pelos presos”, afirmou.
De acordo com Magno, um inquérito policial deverá ser instalado na Polinter para averiguar a situação. Os policiais que estavam de plantão foram encaminhados para a corregedoria para um delegado tomar as medidas cabíveis. “No mínimo, um inquérito policial deverá ser instaurado”, disse o promotor.
Durante a operação, foram apreendidos um revólver calibre 38 com a numeração raspada, um caderno de contabilidade, R$ 200 em dinheiro, 16 celulares, dez carregadores e uma máquina fotográfica.
A operação foi realizada para cumprir mandados de busca e apreensão e verificar uma denúncia da promotoria de Paracambi, na Baixada Fluminense, que informou que na Polinter havia diversas irregularidades.

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