segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Filosofar é aprender a morrer


Dizem que os filósofos duvidam de tudo, até mesmo de sua própria existência. Porém, um fenômeno parece inquestionável: a morte. Apesar de ser logicamente incerta, a mortalidade --mesmo aos ilustres pensadores-- não pode ser ignorada. Um dia, provavelmente, todos nós morreremos.


Segundo Montaigne, meditar sobre a morte é meditar sobre a liberdade.
Dos fragmentos de Demócrito (460-370 a.C.) ao "martírio" de Sócrates (469-399 a.C.), o tema persegue a filosofia como a hipótese mais próxima das certezas. Não por menos, a universal afirmativa aristotélica mais famosa é: "todo homem é mortal". Até hoje, todo ser vivo morreu. Quem poderá discordar?

Em seus escritos, Cícero (106-43 a.C.) apresenta o filosofar como uma preparação à morte. Para Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592), filósofo francês que criou o gênero literário chamado de ensaio, "a meta de nossa existência é a morte; é o nosso objetivo fatal.

Comprovando a máxima, hoje, dia 13 de setembro, é aniversário de morte de Montaigne. "Meditar sobre a morte é meditar sobre a liberdade; quem aprendeu a morrer, desaprendeu de servir; nenhum mal atingirá quem na existência compreendeu que a privação da vida não é um mal; saber morrer nos exime de toda a sujeição e constrangimento", escreveu o filósofo.

Sobre o homem que tratou de todos os temas importantes, há pouco o que se dizer. Marcelo Coelho, colunista da Folha, escreve na introdução de "Folha Explica: Montaigne", "este livro terá cumprido sua função se for entendido como um convite à leitura dos Ensaios ".

"De como Filosofar É Aprender a Morrer" é um dos textos contidos em "Os Ensaios". Na obra-prima da literatura, composta por 107 capítulos e dividida em três livros, o filósofo comenta diversos assuntos --da morte ao jogo de xadrez.

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